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quinta-feira, 2 de abril de 2020

BISPO DA DIOCESE DE CRATEÚS DIVULGA MENSAGEM AOS FIÉIS AS VÉSPERAS DA SEMANA SANTA | BLOG DO PAULO MARTINS PARAMBU



Crateús-Ceará –Brasil, 02 de abril de 2020

Caríssimos Irmãos e irmãs em Cristo,
Familiares, parentes, amigos e diocesanos,

“A esperança é como uma âncora para a nossa vida” (Hb 6,19) “Esperando contra toda esperança, Abraão acreditou e tornou-se pai de muitas nações ... Ele não fraquejou na fé” (Rm 4,18-19). Com estas palavras das Sagradas Escrituras, quero estender meus braços, a fim de que meu abraço chegue a cada um de vocês, neste momento de tanta apreensão, pelo qual passa a humanidade, inclusive cada recanto deste nosso Brasil.

Estamos em plena caminhada quaresmal, aproximando-nos da Semana Santa. Não se pergunta se o vírus chegará, mas quando e como chegará? A humanidade está atravessando um deserto, um momento histórico, marcado por eventos vários e dramáticos (guerras, coronavírus, intolerância religiosa, catástrofes naturais, movimentos ultraconservadores, nacionalistas, etc). Tudo isso torna difícil o reconhecimento de que somos contemporâneos uns dos outros, corresponsáveis uns pelos outros, irmãos uns dos outros. E assim vamos construindo um deserto de seres humanos cansados, inquietos, agitados, desmotivados, neuróticos, violentos. Um deserto feito da ausência de Deus, da carência da percepção do divino.

O que fazer? Desanimar? Jamais. É preciso constatar, experimentar aquela grande Esperança, que não é a simples e tão limitada esperança humana prometida tantas vezes e de tantos modos, pelas ciências humanas, pelos projetos desenvolvimentistas depredatórios do meio ambiente, pelas ideologias radicais de esquerda ou de direita. É a Esperança com “E” maiúscula, consoladora, inspiradora e operante, que nos guia neste deserto da história e que vem da fé.

Nossa Fé nos diz que Deus existe; a Caridade nos diz que Deus é amor, mas a Esperança diz que ele vai conseguir o que quer. E Deus quer a humanidade feliz. Mas, para isto, neste momento, a questione sobre muitas posturas adotadas em relação à Ele, aos semelhantes, à Casa Comum. O que este pequeno ser – o coronavírus – invisível aos olhos, está a dizer a um ser humano tão auto-suficiente, orgulhoso de suas conquistas e progressos alcançados a preço de tantos sacrifícios humanos e desprezo pela vida?

As famílias estão tendo mais tempo para si mesma, para se encontrar e conversar (quarentena); a Igreja doméstica se reinventa nas casas; o ar nunca esteve tão puro nos últimos tempos devido ao pouco movimento de veículos nas ruas; o sistema de saúde deu-se conta de que não é simplesmente privatizando seus serviços que driblarão as doenças etc, etc. Então, o que este “vírus” está a nos dizer?

Mas, a esperança cristã não pode desanimar. Um dia, que esperamos seja em breve, tudo isso será lembrado como um fato do passado, porém com muitos ensinamentos para o presente e o futuro. É a grande Esperança que não decepciona e que nos vem pela fé. Deus vai conseguir o que quer. E ele quer que saiamos mais humanizados, mais fortes e vitoriosos deste “deserto”. Depois do deserto quaresmal chegará a Páscoa. Rezemos uns pelos outros, numa grade corrente de amor e de solidariedade.

Estendendo meus braços, a fim de que meu abraço chegue a cada um e cada uma em particular, com todo afeto do meu coração,

Dom Ailton Menegussi
Bispo diocesano de Crateús

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